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Entenda como a Doutrina Espírita vê a morte

13 de dezembro de 2019 - Artigos, Entrevistas

Por Beatriz Camargo, 13/12/2019

O espiritismo é uma Doutrina Cristã Espírita que surgiu quando os apóstolos ficaram atordoados com a perda de Jesus. Para poder acalmá-los, então, Jesus enviou um espírito da verdade, o Consolador. O espiritismo surgiu para dar mais clareza às parábolas de Jesus.

O pedagogo Allan Kardec (pseudônimo), por volta de 1854 teve seu primeiro contato com os fenômenos que, para muitos, não tinham explicação. Ao começar a estudar e entender o que era, Kardec começou a poder conversar com espíritos e poder visitá-los. Nestas visitas, que ocorriam através da mediunidade, ele pode acompanhar diferentes espíritos, em várias épocas distintas e todos diziam as mesmas informações. Ele organizou esse conteúdo em uma ordem lógica, tornando-se o Codificador da Doutrina.

Como o Espiritismo entende a Morte?

Para os devotos do Espiritismo, a doutrina não é apenas uma religião, mas sim uma ciência, como explica Mário Lúcio Delatorre, trabalhador voluntário do Centro Espírita Antenor de Mesquita (CEAM), na cidade Suzano-SP. “O que Kardec fez? Ele juntou essas informações [passadas pelos espíritos a Kardec] e deu ordem, por isso ele é o Codificador, então a doutrina é dos espíritos. A gente não trata isso como religião, acima de tudo, isso para nós é ciência”, ressalta.

Para o Espiritismo, Deus seria a inteligência suprema do universo e a causa primária de todas as coisas, ou seja, Deus seria a causa e tudo que viesse depois dele é efeito de sua existência.

Já que crêem em Cristo e em seus ensinamentos, são cristãos. Mas o que os diferencia dos Católicos e Evangélicos? Os Espíritas acreditam em reencarnação, como ressalta Mário, “O que nos diferencia é que acreditamos em reencarnação, acreditamos em múltiplas vidas, e porque acreditamos nisso? Por que acreditamos na justiça de Deus. Se pensar como nas outras religiões, onde há somente uma vida, você não tem explicação para essa diferença de oportunidades que vivemos. […] Porque essa diferença se é uma vida só? Se é uma vida só Deus deveria dar condições iguais a todos, senão você chega à conclusão de que Deus não é justo.”

“A doutrina Espírita diz que fomos criados exatamente iguais: simples, ignorantes e com livre arbítrio. Porque Deus nos deu livre arbítrio? Para que cumpríssemos uma das leis do universo: A lei da evolução”, explica Delatorre. Para os Espíritas, as decisões que tomamos durante esta reencarnação são lições que aprendemos e refletiremos depois da vida, os erros e os acertos. Diversas lições e atividades serão feitas no plano espiritual até estarmos prontos para a próxima reencarnação. “Nossas reencarnações são programadas sim, para que você tenha as experiências necessárias, mas lembrando sempre do livre arbítrio”.

No plano espiritual, você irá reconhecer as pessoas que fizeram parte da sua vida e poderá trocar aprendizados com ela, desde que estejam na mesma frequência que você, mas durante a vida você não se lembrará das passadas. Para os espíritas, ir para o plano espiritual é “a coisa mais natural que existe”, como ressalva Mário.

Para os devotos da doutrina Espírita, você pode encontrar os que lhe deixaram nos sonhos, através de um médium, de preces, pois tudo o que você emite de energia para aquela pessoa, ela recebe. Os sentimentos de dor prendem o espírito a esta dimensão, por isso Mário explica que devemos amar os que se foram, mas entender que sua missão acabou. Lembrando que para o Espiritismo, a morte não existe. O que acontece é a mudança de estado de “encarnado” para “desencarnado”, o estado natural.

E a saudade? Delatorre finaliza ao dizer que a saudade é um sentimento normal e devemos enviar amor e preces para aqueles que amávamos, mas já partiram, para que saibam e sintam como foram essenciais em nossa jornada.

 

*Todas as informações foram cedidas pelo trabalhador voluntário do Centro Espírita Antenor de Mesquita (CEAM), Mário Lúcio Delatorre. Além de trabalhar no centro, Mário também dá aulas de educação mediúnica, palestras sobre Espiritismo, entre outros trabalhos. Ele segue a Doutrina há 42 anos e no centro CEAM, está há 34 anos.

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